terça-feira, 25 de maio de 2010

Sempre chega a hora do cansaço, por mais que demore, engane, disfarce.
O cansaço só ta esperando a repetição, o início de fadiga, o descaso, o vacilo. Ele sempre sabe a hora de vim, se fazendo definitivo, rasteiro, lento.
Desestimula, diminui, e leva embora... Acaba com a disposição e a esperança, se ja nao tiver acabado com ela no meio do caminho.
Você nem ve, mas sente como um murro da boca do estomago. Não do seu, da alma. E aí percebe que nada do que faça, tente, lute e esperneie vai da jeito. A não ser que você mude. A posição, a respiração, a cidade ou as companhias. Talvez assim, já que o cansaço é diferente da confiança: Ele vai e volta, e ela só foi.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Da menina

Quando nois casar, SE nois casar
Eu vou rir todos os dias, menino
Até eu sentir doer o bucho
E parar pra arregalar os óio
Do susto, menino, que salta do meu peito
toda vez que eu lembro
Que tu entrou na minha vida ligeiro, sem bolir, sem pedir
E hoje não desgarra do meu coração, mas menino.
Nem escapole do meu pensamento.
José me mandou tomar leite quente, menino... Pra me curar.
Disse que esse troço era doença.
Acho que ele tava até certo, Deus Meu, que essa agonia estranha
que faz cócegas no meu estomago e aperreia meu juízo
Já me tirou do prumo. Valhei-me, Ciço, valhei-me.
Só que acho que o tronxo tá na cabeça, que não se imagina mais sem essa agonia
e que decidiu e sacramentou, menino, que dessa doença eu não morro, mas vivo.
Por módequê ela não mais tem cura, imagina esperança.
Soube que só cresce... Onde já se viu!?
Chamaram de amor.
Assustei, prefiro chamar de MENINO.


(Pra quem me faz bem, raiva e agonia. :*)

domingo, 3 de janeiro de 2010

Ai,ai

Parei pra ver o mar, e percebi que toda paz do mundo boia naquela agua toda
Percebi que o sol sempre ta posicionado no lugar certo, como numa pose, só esperando um disparo, e que a areia, hora parece o céu, hora o chão, foi aí que eu percebi que ainda tava no mundo, e, de longe, no vaivém mais constante, deu-se o lixo.
Uma garrafa de um espumante sem lacre, mas com alma de vagabundo. Pensei em procurar um pedido de socorro dentro dela, mas olhei ao redor, era o que me faltava.
Toda sujeira que o ser humano carrega no cerebro boiava, de forma debochada. Afundando a paz, entortando o sol. Todo o show que eu tinha parado pra assistir se tornou num desfile, até capitalista, de embalagens. Algumas até sem pé, nem cabeça, só sujeira: Como o resto de um detergente foi parar na praia? O que leva tudo pro lado pessoal. Parece de propósito, coisa de gente... Não, coisa de COISA que já cansou de procurar paz nos lugares mais estúpidos e não admite que nenhuma polyana encontre paz nesse bando de água que muda de cor.
Que burra eu fui, olhei ao redor. Aprendi que se olha pro horizonte, e só, suga o que der do mesmo e despreza o resto, porque quando se da valor pros lados, a gente percebe que a vizinhança se tornou parasita, já que o própio horizonte, por desleixo ou desinteresse, já apodreceu a tempos.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Ano que engatinha

E voce 2010?! Tão novo, o tadinho
Esperado feito recem nascido
Mas responsavel feito gente grande
Gente que esquece
Que dia desses fez bobeira
E culpa o ano velho
Ih, ano velho
Eras tão novo
Tão esperançoso
Ninguém te quer mais
Por isso se desfazem de tudo que é teu
Chega, acabou nossa relação
Daí o novo, quase uma pedofilia essa relação
Como todo começo, mil promessas, ELE promete
Certo dia prometeu que se passasse de branco
Era paz na certa
Xii, que meleca
Já ele esquece
E a gente, de boba, estremesse
Mas daí acaba tudo, de novo
Pro novo
Até que a gente acabe
Literalmente
Porque afetivamente
Vai acabar mesmo
O ano
Ele, sua culpa
E tudo que deu errado.
Vai embora, ta na hora
Te imortalizo nas ondas
São sete
Mas só por um ano
Que ano que vem,
Só Deus sabe.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

As vezes ela perde o sentido de tudo. É como se repetisse a mesma palavra várias vezes, e não ouvisse mais a palavra, nem nada. As loucuras do mundo perderam o sentido. Todo. Nenhum porque se encaixa mais, considerando os absurdos e nojentos. É covardia demais pra um mundo tão pequeno! E a vida, que sentido tem? Ela pisca devagar, respira fundo, como se procurasse alguma força deixada de reserva, e responde que pra vida só restou um sentido: observar, com olhos de recem nascido, todo esse amargo, e, de forma solitária, achar o doce. Sempre só, só pra sempre.